A exposição "David Bowie is" (David Bowie é), que traça a
ascensão do artista e é a apresentada como a "primeira retrospectiva
mundial", já vendeu 40 mil ingressos antecipados, um número sem
precedentes para o museu.
A instituição londrina teve acesso quase total aos arquivos do artista
de 66 anos, que jogam luz sobre documentos raros, de fotos de infância até
esboços de seus desenhos de figurinos, passando por trechos de shows e de
entrevistas.
"David Bowie é um verdadeiro ícone, mais pertinente que nunca na
cultura popular", disse o diretor do museu, Martin Roth.
"Suas inovações radicais nos campos da música, teatro, moda e
estilo ainda encontram hoje uma ressonância no desenho e na cultura visual, e
ele continua inspirando artistas e criadores em todo o mundo", completou.
A exposição permite percorrer a história do artista, nascido em janeiro
de 1947 no humilde bairro londrino de Brixton. A música e os comentários do
cantor guiam o visitante nos fones de ouvido de uma sala a outra.
A mostra começa com as primeiras incursões de Bowie pela música, nos
grupos The Kon-rads e The King Bees, com os desenhos dos figurinos associados.
A roupa e os cenários destes grupos mostram que desde o início Bowie tinha uma
consciência instintiva do poder da imagem.
Os grandes sucessos de Bowie como "Space Oddity",
"Starman" ou "Heroes" surgem a partir do álbum "Ziggy
Stardust" (1972), inspirado pelo filme "Laranja Mecânica" de
Stanley Kubrick.
Outro destaque é a jaqueta com a Union Jack britânica criada por Alexander
McQueen para a capa do álbum "Earthling" (1997).
A retrospectiva revela uma atenção quase obsessiva do cantor com sua
imagem. Mostra um artista envolvido em todas as etapas da criação, do som ao
cenário, passando pela iluminação.
Alguns trajes, todos extravagantes, estão expostos ao lado dos desenhos
originais do próprio David Bowie.
"Tem que ser fácil de vestir e tirar", escreveu o cantor ao
lado de um deles.
"Não há ninguém mais multidisciplinar que Bowie", afirma com
entusiasmo Geoffrey Marsh, um dos curadores da exposição.
"É um músico, um compositor, mas também é fascinado pelo desenho
gráfico e a concepção de figurinos", completou.
Em uma das salas, são projetadas imagens de shows nas paredes, enquanto
outra explica os anos passados em Berlim pelo artista, no final dos anos 70,
durante os quais se recuperou do vício em drogas e criou o personagem Thin
White Duke.
Entre os objetos apresentados na mostra, que permanecerá aberta até 11
de agosto, também está o estranho boneco que aparece no vídeo do single
"Where Are We Now", lançado no dia de seu aniversário de 66 anos.
Os fãs podem ouvir ainda as músicas do álbum "The Next Day",
que uma semana depois do lançamento ocupa o primeiro lugar nas listas de vendas
britânicas, com 94 mil cópias comercializadas.
Apesar da boa estreia, nada que se compare com os 140 milhões de discos
vendidos em todo o mundo em meio século de carreira.
Clique aqui é veja mais fotos da exposição.
FONTE: Todos os direitos do texto reservados ao site
FOLHA DE SÃO PAULO.
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